Várias gerações de cantores estarão no palco do Teatro Bradesco, a partir de 13 de abril

São Paulo, 19 de março de 2024 – Onze protagonistas, entre tenores, barítonos e mezzo-sopranos, se revezarão na montagem UNIOPERA de O Barbeiro de Sevilha, que estreia no dia 13 de abril, no Teatro Bradesco. Cantores de várias gerações darão vida aos famosos personagens da ópera de Gioachino Rossini.

O premiado barítono Sebastião Teixeira, um dos maiores intérpretes de Carlos Gomes e duas vezes vencedor do APCA como melhor cantor erudito, será Figaro. Esta será a terceira vez que ele dará vida ao personagem. “Eu me sinto uma criança, muito feliz. Este será meu último Figaro e farei com muita garra!”, afirma Teixeira.

O cantor fala sobre a diferença entre a primeira encenação, em 1992, e esta. “Estou muito feliz por estar dividindo a produção com pessoas mais jovens, que têm uma formação diferente da minha. Sou de uma época em que a tradição era banda de música e coral. O que aprendi foi na prática, e ver que essa nova geração está se formando em música e canto, alguns deles no exterior, é muito interessante.”

Esse é o caso de Fellipe Oliveira, que dará vida ao Dr. Bartolo. Nascido em Maceió (AL), onde começou a aprender canto lírico, deixou o 4º ano de Medicina pela música. Em São Paulo, fez Bacharelado de Canto da UNESP e mestrado em Ópera e em Performance Vocal pelo Royal Conservatoire of Scotland, em Glasgow (Escócia). Foi para Modena (Itália), onde estudou com a lendária soprano Mirella Freni e concluiu o Curso de alto aperfeiçoamento (Opera Studio) no Teatro Comunale Pavarotti-Freni.

Esta será a primeira vez que Oliveira vai interpretar o Dr. Bartolo no Brasil. “É um bufo, um personagem muito gostoso. Todas as piadas são feitas com ele, por ele ou através dele. O público vai se divertir muito com esse espetáculo.”

Márcio Marangon vai se revezar com Fellipe, e voltará a viver o personagem em quatro apresentações da temporada. Cantor há 40 anos, ele fez o tutor de Rosina há 10. “De lá pra cá muita coisa mudou – e para melhor. Cada vez mais jovens estão se interessando por ópera, tanto para cantar, quanto para assistir. E esse movimento está repercutindo, porque os teatros querem oferecer esse gênero em sua programação. Então, ter opções fora do circuito tradicional é maravilhoso”, explica Marangon, que está no Teatro Municipal há 30 anos.

E por falar em Rosina, Marcela Vidra será uma das intérpretes da personagem neste espetáculo UNIOPERA – ela se reveza com Lara Cavalcanti. Formada pela Academia de Ópera do Theatro São Pedro, é uma cantora bastante experiente, apesar de jovem. Esteve em montagens como Dido e Aeneas, de Henry Purcell, A Flauta Mágica, de Mozart, e Carmen, de Bizet. Foi convidada para fazer testes para a Academia da Ópera Nacional de Paris, na França, em 2021 e 2023, e em 2024 foi finalista do Centre de Perfeccionament do Palau de les Arts, em Valência (Espanha).

“Para fazer a Rosina, pesquisei quem foi ela no mundo real; busquei saber como era a mulher que inspirou o francês Pierre Beaumarchais (principal nome da comédia francesa depois de Molière e quem escreveu a peça que virou o libreto do escritor italiano Cesare Sterbini, no qual Rossini se inspirou para escrever a ópera)”, conta. “Descobri que a personagem foi inspirada em uma grande paixão do autor, Pauline Le Breton. Eles não conseguiram ficar juntos, mas o amor se realizou através da peça. Há 200 anos estamos cantando esse amor.”

 

Marcela defende que Rosina é uma mulher complexa, à frente de seu tempo. “É independente e não tem medo; não deve ser vista como uma mulher que é resgatada. Ela me deixa feliz porque é uma personagem por meio da qual as mulheres vão se sentir representadas. Estou dedicando a minha Rosina para a Pauline.”

“Para fazer a Rosina, pesquisei quem foi ela no mundo real; busquei saber como era a mulher que inspirou o francês Pierre Beaumarchais (principal nome da comédia francesa depois de Molière e quem escreveu a peça que virou o libreto do escritor italiano Cesare Sterbini, no qual Rossini se inspirou para escrever a ópera)”, conta. “Descobri que a personagem foi inspirada em uma grande paixão do autor, Pauline Le Breton. Eles não conseguiram ficar juntos, mas o amor se realizou através da peça. Há 200 anos estamos cantando esse amor.”

Rodolfo Giugliani, que também fará Figaro, é conhecido do público UNIOPERA. Ano passado, fez Giorgio Germont na montagem de La Traviata, de Giuseppe Verdi, e em 2019 atuou na produção La bohème, de Giacomo Puccini, interpretando Marcelo. Com 25 anos de profissão, o barítono foi premiado com um APCA de melhor cantor lírico em 2016, por sua interpretação de Iberê na ópera Lo Schiavo, de Carlos Gomes.

Para O Barbeiro de Sevilha, o cantor está desenvolvendo elementos e um gestual que lembra desenho animado. “Vou deixar essa parte infantil aflorar mais, para colocar a ópera em um patamar mais acessível emocionalmente para as crianças”, afirma. Será a primeira vez de Giugliani como Figaro, personagem que achou que jamais iria fazer. “É um desafio vocal muito grande, porque vai contra a minha natureza, que é mais Verdi e Puccini. Rossini é mais ágil. Mas estou desenvolvendo o personagem, e ele está vindo com força!”

Jabez Lima vai revezar com Rafael Ribeiro a interpretação do Conde Almaviva, o amor de Rosina. Embora a música esteja em sua vida há muitos anos – começou com 14 – estreou em ópera em 2018. O tenor sonha em fazer esta ópera desde os 17 anos. “Estou realizando um sonho. E sendo um projeto da UNIOPERA, tenho ainda mais prazer. Foi no coral da Associação que eu fui descoberto, onde acreditaram em mim e tive a oportunidade de fazer um solo de Bach. Depois, veio Carmina Burana, A Flauta Mágica e a Paixão Segundo S. João – que agora faz parte do meu repertório.”

 

Sobre a UNIOPERA

A UNIOPERA (Associação Coral da Cidade de São Paulo) é uma entidade não-governamental sem fins lucrativos dedicada à difusão da ópera, da música de concerto e do canto coral. São mais de 20 anos de tradição, realizando montagens nas principais salas de espetáculo no estado de São Paulo. Desde 2016 realiza regularmente temporadas de concertos sinfônicos e óperas no Teatro Bradesco, em São Paulo.

Desde sua fundação, em 2002, mais de 2 mil pessoas já tomaram parte do Coral da Cidade de São Paulo e de seus cursos de teoria musical, solfejo e técnica vocal, oferecidos gratuitamente para participantes de todas as idades, profissões e interesses. A entidade, constituída juridicamente desde 2009, possui atualmente centenas de associados e participantes de suas atividades artísticas e formativas.

A UNIOPERA é pioneira em produções independentes na área da música de concerto e ópera, e realiza espetáculos de grande porte fora do circuito estatal, com a participação voluntária por meio de um coral comunitário, inspirado no modelo da “Wiener Singverein” (União Vienense de Canto).

Serviço:

O Barbeiro de Sevilha narra as trapalhadas do barbeiro Figaro para ajudar seu amigo, o Conde Almaviva, a conquistar o coração da doce Rosina e libertá-la dos desmandos de seu tutor, o Dr. Bartolo. A ópera será cantada no idioma original em italiano, com legendas em português.

Coral da Cidade de São Paulo/UNIOPERA
Orquestra Acadêmica de São Paulo/UNIOPERA
Rodolfo García Vázquez – Direção cênica
Amanda Pilla B. – Figurinos
Priscila Soares – Cenários
Guilherme Bonfanti – Iluminação
Luciano Camargo – Direção musical e regência

Teatro Bradesco São Paulo

Shopping Bourbon – R. Palestra Itália, 500 – Perdizes – São Paulo

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